segunda-feira, 25 de agosto de 2008

NESSA ESPIRAL DE MIM PRÓPRIO


Recomeçou...
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Passam infinitas memórias,
em turbilhões constantes
tanto de dias de glórias
como de horas desesperantes
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Velhos arqui-inimigos temores
desfilam atabalhoadamente agora
trazendo de novo à tona as dores
que pensava enterradas outrora
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Intempestivas antigas paixões
começam em mim a chover
num corrupio de emoções
que me consegue comover
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Chegam sonhos de criança
jamais por mim realizados
que aparecem na esperança
de poderem ser dissipados
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Aterram desejos amados,
recentes paixões e amores,
desilusões e desgostos apagados
num tão grande mar de suores...
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Problemas profissionais
familiares preocupações
desavenças conjugais
nessas eternas discussões...
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Assaltam-me de forma frequente
ideias para algo de novo fazer
sempre em realização eloquente
tanto de trabalho como de lazer
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Revejo o dia em revista convicto
de onde falhei ou do que me orgulhar,
num julgamento sumário com o veredicto
de tudo o que terei em mim de modificar
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Tudo parece querer exigir passar
num cérebro cansado e desgastado
entre o frágil dormitar e o acordar
que começa logo que me sinto deitado
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Infinita estranha movimentada dança
nesse enlouquecedor entrelaçar
dessa estúpida agoniante aliança
entre o adormecer e o despertar
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tic tac tic tac tic tic tac
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(Não há meio do sono vir
tão tarde e eu acordado
não vou conseguir dormir
mesmo depois de há tanto deitado)
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tic tac tic tac tic tic tac
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(Acho que só vou adormecer
quando começar a amanhecer)
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tic tac tic tac tic tic tac
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(Já perdi a esperança de descansar
desisto! vou-me mesmo é...levantar)
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Acabou...
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Recomeçou...
Acabou...
Recomeçou...
Acabou...
Recomeçou...
Acabou...
Recomeçou...
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LETRASALINHADAS