domingo, 27 de abril de 2008

DESAFIO ACEITE


Agradeço o desafio que me lançou a amiga F@, http://ondasnasnuvens.blogspot.com/, convite esse que me fez mudar de ideia, e decidir postar pela primeira vez algo fora do registo poético, mas que julgo valha a pena. O prémio? A bicicleta acima....

QUALIDADES:
Humildade, honestidade, sensibilidade, dedicação
DEFEITOS:
Exigência a mim mesmo, impaciência, pessimismo, ansiedade
GOSTOS:
Harmonia, tranquilidade, paz,
NÃO PASSAREI SEM:
Consciência tranquila, verticalidade, justiça
DETESTO:
Mentira, falsidade, oportunismo, superioridade
PESSOA:
A minha mãe, sempre...
FAMILIA:
A maior fatia de mim mesmo
HOMEM
Todos os que justificaram ter "H" grande
MULHER
Muito intelectualmente superiores e completas que os homens
SORRISO
Sempre que os recebo, considero-os um prémio inestimável
PERFUME:
Todos...bem longe de mim
CARRO
Bem recheado com as pessoas que gosto e me fazem sentir completo
PAIXÃO
Tento pôr em tudo a que me dedico e faço
AMOR
Gosto muito de dar, muito muito muito, e acho sempre pouco o que recebo
OLHOS
Todos os que olhem ternuramente para mim
SAL
Imprescindivel para apimentar a vida
CHUVA
Adoro, acalma-me
MAR
Faz parte de mim, não terei nascido lá???
LIVRO
Por ter desperdiçado tempo demasiado, quero ler todos, JÁ!!!
FILMES
Todos os que listo no blog
MUSICAS
Jorge Palma e um pouco de tudo, desde o Hard Rock da juventude ao Jazz - a ultima paixão
DINHEIRO
Já teve mais valor, muitissimo mais...
SILÊNCIO
Um trunfo, uma qualidade, uma virtude
SOLIDÃO
Antes, costumava adorar
FLOR
Margarida, túlipa, papoila
SINCERIDADE
Imprescindivel
SONHOS
A utopia de ser feliz
CIDADE
...dos Anjos, excelente filme (também)
PAÍS
Portugal claro
NÃO VIVER SEM
Sonhar
NÃO DEIXAR DE
Evoluir, melhorar

Uff.....nunca pensei ser tão dificil.....e vcs.? todos os que leram, aceitam também o desafio????

domingo, 20 de abril de 2008

PRESENTE ENVENENADO


Enquanto vagueei
sem sentido
aprumado pela dor
que sem medo enfrentei
sem rumo definido
nas ternas asas de um condor
-
Ocultando a ira que me seduz
para da escuridão fazer luz
a quem sei que muito me trai
na penumbra do sol que se esvai
tratarei de lhes ofertar
ricos manjares e botões de rosa a florir
ocultando a mágoa e conseguindo sorrir
a quem tem prazer em me magoar
-
Quando tudo for funesto
e todo o sabor a fel,
fingirei então ser honesto
tornar-me-ei em igual cruel
-
Serei falso perfeito amor
serei equívoco da simpatia
distribuirei frio como fosse calor
os presentearei com cínica magia
-
Como um presente envenenado
mimo dado sem ser sentido
qual liberdade do infeliz condenado
serei então anjo em pele de bandido
-
Acenarei com fingida amabilidade
dar-lhes-ei fortunas e tesouros,
e como um carrasco em capa de humildade
os atraírei aos seus próprios matadouros
-
LETRASALINHADAS

sábado, 12 de abril de 2008

DURMO OU NÃO?


Durmo ou não?
Passam juntas em minha alma
Coisas da alma e da vida em confusão,
Nesta mistura atribulada e calma
Em que não sei se durmo ou não.
-
Sou dois seres e duas consciências

Como dois homens indo braço-dado.
Sonolento revolvo omnisciências,
Turbulentamente estagnado.
-
Mas, lento, vago, emerjo de meu dois.

Disperto. Enfim: sou um, na realidade.
Espreguiço-me. Estou bem...
Porquê depois,
De quê, esta vaga saudade?
-
FERNANDO PESSOA

sábado, 5 de abril de 2008

JULGAMENTO PRÉ-CONDENADO


Acordamos um dia, e constatamos
Que estamos num mundo a que não pertencemos...
Nem sabemos quem somos, nem o que amamos,
E procuramos a razão para e porque vivemos
-
Tudo deixa então de fazer sentido
Desvanece-se a vida, fica tudo desunido,
Como um enorme puzzle ainda por fazer
Onde somos peça que parece a ele não pertencer
-
Tudo e todos que pensávamos fogosamente amar antes
Tornam-se assim meros inúteis, vazios, desesperantes,
Nada nem ninguém algo mais nos diz
E sabes logo que com eles não voltarás a ser feliz
-
Embora seja o mesmo, esse nosso velho mundo
Causa-nos agora um tal asco profundo
Que nos leva à loucura, e a só pensar
Em que tudo o que tínhamos, temos agora de mudar
-
Mas depois, chega o monstro da falta de coragem
Para assumir a todos essa grande viagem
De mudar de vida, e procurar a paixão
Esteja onde estiver, provar que temos razão
-
Temos medo dos outros, do que vão dizer
Afogamo-nos em nós, abdicando do prazer
De uma vida feliz procurarmos atingir
Sem nada nem ninguém donde queiramos fugir
-
Proibimo-nos de pensar, e tal como a avestruz
Escondemos esse desejo com um enorme capuz, e
Fingimos viver numa aparente intensa felicidade
Para os outros acreditarem que isso é mesmo verdade
-
E assim vamos vivendo, os anos por nós vão passando
E procuramos sempre nos ir mentalizando
Que estamos bem assim, que não podemos mudar
Pois continuamos a ter medo de que vão os outros pensar
-
Que se fodam os outros, que nem felizes são
Possivelmente ainda pior que nós eles estarão
Se nos vierem um dia a apontar o dedo
É só porque sabem que também só não o fizeram por medo
-
Depende de ti, escolheres o lado para estar...
Se dos tristes que apenas sabem criticar ou julgar,
Se daqueles que souberam com as regras romper
E que ainda que apontados, são felizes a valer
-
Sei que um dia, vais ter tu essa alegria
De seguires os teus sonhos, atingires a utopia
De viveres como queres e só com quem amas
De terminares de vez com essa vida de dramas
-
Todos os ‘’velhos do restelo’’ podem então criticar
Podem abrir os pulmões e bem alto gritar
Que tu nem sequer os vais ver ou ouvir
E a todos os insultos responderás a...sorrir!
-
LETRASALINHADAS

A TEMPESTADE QUE NÃO ENTRA...


Vejo à minha frente
Um caminho diferente
Um caminho que se diz contente...
Mas eu...
Perco-me no meio de palavras divergentes...
O sonho, só, não basta
Preciso de algo que me afaste
Da ilusão, da incerteza, da incoerência.
A realidade, apenas, não é suficiente
Quero acreditar e confiar nos meus instintos...
Nas minhas vontades...
O nevoeiro, calmamente regressa à minha vida.
Uma nova estação se apresenta.
O vento bate à minha porta
Mas a passividade impede-me de a abrir
Impedindo também que me transforme...
Impedindo que me permita a modificar...
Impedindo um turbilhão de emoções...
Impedindo uma tempestade capaz de lavar as feridas mais profundas...
Quero-te como um furacão.
Quero-te como uma catástrofe,
Como algo capaz de me deitar abaixo...
Mas que em seguida me dê a mão para me erguer outra vez.
E assim de cara e alma lavada talvez mude o meu caminho...
E assim talvez siga mais uma vez por estradas erradas
na esperança de um dia voltar a encontrar-te.

-
INÊS MONTENEGRO