
Durmo ou não?
Passam juntas em minha alma
Coisas da alma e da vida em confusão,
Nesta mistura atribulada e calma
Em que não sei se durmo ou não.
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Sou dois seres e duas consciências
Sou dois seres e duas consciências
Como dois homens indo braço-dado.
Sonolento revolvo omnisciências,
Turbulentamente estagnado.
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Mas, lento, vago, emerjo de meu dois.
Mas, lento, vago, emerjo de meu dois.
Disperto. Enfim: sou um, na realidade.
Espreguiço-me. Estou bem...
Porquê depois,
De quê, esta vaga saudade?
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FERNANDO PESSOA
FERNANDO PESSOA
4 comentários:
Obrigada por nos dares Fernando Pessoa...sempre imenso...
Abraço e obrigada pela visita
"Mas, lento, vago, emerjo de meu dois.
Desperto. Enfim: sou um, na realidade." Somos só um, um "um" muito valioso, um "um" com um "Eu" muito precioso...cheio de Luz!
Belo poema de Fernando Pessoa, grande homem que, com as suas palavras, desconcertou a sociedade.
Fica bem. Boa semana.
Beijinhos cheios de Amor, Paz e Luz!
Acabei de por no meu blog um poema de Fernando Pessoa.
O ontem já se foi, o amanhã não sabemos se virá...só nos resta viver o agora.
Seu Blog é uma verdadeira Obra de Arte!
Um conjunto harmônico de "Poesia Visual"...
A cor branca do plano de fundo da página transmite uma imensa PAZ interior!
Parabéns!
Um abraço.
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